Pesquisadores descobriram o primeiro peixe que pode manter o seu corpo inteiro aquecido, tal como mamíferos e aves. O “opah”, ou peixe-lua, vive em águas profundas e frias, mas gera calor a partir dos seus músculos massivos peitorais. O calor é, então, conservado graças à sua gordura corporal e às suas estruturas vasculares especiais em suas guelras.
“É uma adaptação notável para um peixe”, diz Diego Bernal, um fisiologista de peixes da Universidade de Massachusetts, Darmouth, que não está envolvido com o estudo. Ter um coração e um cérebro aquecidos provavelmente permite ao peixe pouco-desconhecido um maior rigorosidade no predatismo, suspeitam os pesquisadores.
A água absorveria o calor da maioria das criaturas. Então, o peixe tipicamente mantem a sua temperatura nadando constantemente. No entanto, em contraponto, as suas funções biológicas são limitadas em águas frias, especialmente a resistência cardiovascular. Há exceções parciais: atum, peixe-agulha e alguns tubarões podem, temporariamente, aumentar a temperatura dos músculos do seu corpo enquanto caçam, mas eles têm de retornar às águas mais quentes para manter a temperatura normal do seu corpo.
O opah (Lampris guttatus) não parece ser um predador feroz. Esse peixe, que mede cerca de 1 metro de comprimento, nada contraindo suas barbatanas peitorais. Ele vive em oceanos por todo mundo, mas pouco é conhecido sobre sua biologia. Caça lulas e peixes e vive em uma profundidade de 50 a 200 metros, onde a água é apenas 10°C ou mais frio. Em 2012, Owyn Snodrass, biólogo de peixes, em parceria com a NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), em São Diego, Califórnia, recolheu alguns peixes opah da costa da Califórnia como parte de uma pesquisa periódica. Ele ofereceu as brânquias ao seu colega, Nicholas Wegner, um fisiologista de peixes. “Sou conhecido como um tipo de homem-brânquia”, diz Wegner.
Da redação com informações do site EBC